IV Trans Day NIGS – Seminário Transfobia, Cidadania e Identidades Trans – 29 e 30 de outubro, na UFSC.

24/10/2013 16:20

Acontece na UFSC, nos dias 29 e 30 de outubro, o IV Trans Day NIGS – Seminário Transfobia, Cidadania e Identidades Trans.

Serviço

IV Trans Day NIGS – Seminário Transfobia, Cidadania e Identidades Trans
Datas: 29 e 30 de outubro de 2013
Local: Auditório do CFH, UFSC, Florianópolis.
Programação e inscrições: http://www.trans-day-nigs-2013.com 

* Espetáculo teatral “Andróginos” 
Data: 29 de outubro 2013 às 20h
Local: Teatro da UDESC (Av. Madre Benvenuta 2007, Itacorubi, Florianópolis)

Informações de contato:
Simone Ávila
E-mail: simoneavila10@brturbo.com.br
Fones: (51) 32215962 – (51) 99715450
Despatologizando travestis e transexuais

Release oficial do evento

A despatologização das identidades trans, com todas suas implicações sociais e políticas, será o foco dos debates que acontecerão no IV Trans Day NIGS – Seminário Transfobia, Cidadania e Identidades Trans, que se realizará nos dias 29 e 30 de outubro próximos na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Pesquisadores/as que estudam expressões de gênero, ativistas dos movimentos de travestis, transgêneros e transexuais e formuladores/as de políticas públicas se reunirão durante dois dias para compartilhar vivências, reflexões e propostas em torno das problemáticas que atingem à população trans no Brasil.

Organizado pelo Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS) do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) da UFSC, o seminário faz parte do circuito internacional de atividades que marcam a luta pela despatologização das identidades trans ao redor do mundo. Nesta quarta edição haverá rodas de conversa sobre três assuntos fundamentais: o ativismo trans e as repercussões das lutas no Brasil, a educação superior como alternativa para o fortalecimento da cidadania trans e as violências que sofrem as pessoas trans como consequência da transfobia e outras causas de discriminação.

Cada um dos temas será abordado desde diferentes perspectivas, sempre procurando articular o global e o local, e as dimensões políticas e subjetivas. Por isso na roda sobre violências participarão, por exemplo, um policial civil envolvido com a problemática, um advogado defensor de pessoas trans, um ativista pela cidadania transmasculina e duas vítimas de transfobia. A diversidade de pontos de vista, com uma forte presença das vozes trans, é uma marca registrada do seminário.

A presença da arte, entendida como espaço de fruição e reflexão, também é uma característica distinguida do evento. Nesta edição haverá – pela primeira vez em Florianópolis – a apresentação do espetáculo teatral “Andróginos”, de Porto Alegre, que discute as normas binárias de gênero. Também, um manifesto visual pela despatologização das identidades trans, que será produzido coletivamente por todos os participantes do seminário, e a possibilidade de visitar a I Exposição Internacional de Arte e Gênero, que se exibe no Museu de Arqueologia e Etnologia (MarquE) e na Biblioteca Universitária da UFSC. A mostra foi apresentada no Seminário Internacional Fazendo Gênero 10, realizado em setembro passado, e mistura visualidades trans, dissidências estéticas, memórias femininas e críticas à violência de gênero nas mais variadas linguagens: fotografia, pintura, aquarela, bordado, gobelin (tapete), poster, colagem dadaísta, desenho, escultura e gravura.

Inserido da luta internacional
Tal como as três edições precedentes, o IV Trans Day NIGS faz parte do circuito internacional de atividades que marcam a luta pela despatologização das identidades trans ao redor do mundo através da campanha Stop Trans Pathologization. O objetivo é a retirada de tais identidades dos catálogos de doenças: especificamente, do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM), da American Psychiatric Association – cuja nova versão foi publicada este ano – e da Classificação Internacional de Doenças (CID), da Organização Mundial da Saúde (OMS), que será revista em 2014.

O seminário tem como objetivo ampliar a reflexão científica e o debate sobre a despatologização das identidades trans, abordando temas de grande importância política em nível nacional e internacional no campo dos estudos de gênero. O propósito, no nível local, é profundar a troca de saberes entre a universidade, os movimentos sociais e o Estado, visando contribuir para o respeito à cidadania destes grupos sociais através da implementação de políticas públicas inovadoras.
Fazendo história

O primeiro Trans Day NIGS, organizado em outubro de 2010 como parte da luta internacional pela despatologização das identidades transexuais e transgêneros, foi o ponto de partida para uma sucessão de atividades realizadas na UFSC que se tornaram uma referência nacional no debate em torno dos direitos de um segmento com pouca visibilidade no campo GLBTTT.

Em 2011, o segundo Trans Day NIGS teve como característica a incorporação do campo das artes plásticas na reflexão teórica proposta pelo NIGS através de um manifesto visual que teve exposição itinerante na UFSC e uma mostra de filmes sobre a temática trans. Aquele ano o seminário contou com a participação de importantes pesquisadores da área, como Tatiana Lionço, Berenice Bento, Fátima Lima, Guilherme de Almeida, Mônica Siqueira, Alexandre Câmara Vale e Rosa Blanca, e teve também a participação de ativistas como André Guerreiro e Gabriela Silva. Ainda nessa edição, houve o lançamento do livro “Viagem Solitária”, de João W. Nery.
Em 2012, no terceiro Trans Day NIGS, as rodas de conversas versaram sobre políticas públicas para a saúde trans, o nome social como estratégia de inclusão e as (in)visibilidades que sofre o coletivo, sempre com a presença de ativistas e pesquisadores/as. Também houve um manifesto visual através da exposição de fotografias intitulada “Pelas ruas… sem etiquetas!”, e uma mostra de filmes de curta-metragem sobre a temática, com chamada pública para submissão.