Nota do Colegiado

04/02/2022 19:04

Florianópolis, 3 de fevereiro de 2022.

 

O Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGAS/UFSC) tem história e tradição marcadas pelo compromisso ético-político com povos indígenas, populações tradicionais e grupos sociais minoritários. Neste sentido, só podemos reiterar nossa posição da defesa intransigente da demarcação dos territórios indígenas disposta na Constituição Federal de 1988. Ao mesmo tempo, reconhecemos o valor e apoiamos a luta dos povos indígenas pela defesa de seus direitos diante das violências seculares que promovem o genocídio indígena, desde o processo de invasão, ocupação e colonização do continente, e que hoje se concretizam através de políticas desenvolvimentistas, de apoio ao agronegócio e à exploração inconsequente de recursos naturais, tais como tem sido levadas a cabo pelo estado brasileiro ao longo de sua história.

Reforçamos também que o PPGAS se orienta pelo rigor acadêmico em sua atuação, o que se reflete na produção qualificada de seus integrantes, transmitindo ao corpo discente o compromisso com os princípios éticos da antropologia para que, sob o escrutínio perene da comunidade acadêmica e profissional, ocupem e desempenhem importantes funções em instituições nacionais e internacionais de pesquisa, ensino e na atuação junto às diversas populações e grupos sociais com que interagem e colaboram.

Deste modo, esclarecemos que declarações verbais ou escritas, postagens e opiniões em redes sociais, canais virtuais e veículos de mídia expressas por membros do seu corpo discente, não submetidas à avaliação do seu corpo docente, não representam de forma alguma a posição do PPGAS.  De mesmo modo, repudiamos quaisquer falseamentos de dados científicos que venham a ser publicamente atribuídos ao PPGAS, uma vez que não refletem a posição dos pesquisadores que atuam no programa.

Demandas e denúncias externas encaminhadas à sua coordenação, e já amplamente debatidas em seu colegiado, poderão oportunamente ser direcionadas a uma comissão ad hoc que venha a analisar quais alternativas institucionais e acadêmicas são passíveis de acionamento pelo programa, inclusive se for o caso, disciplinares, em diálogo com as pessoas envolvidas, e em cada caso em específico.