Jornadas Antropológicas: entre precariedades e estratégias de r(e)existências: imaginar é preciso

30/11/2021 18:22

https://www.even3.com.br/jornadasufsc2021/

O evento Jornadas Antropológicas é um movimento com periodicidade bienal promovido integralmente por estudantes do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Departamento de Antropologia da Universidade Federal de Santa Catarina. Tem como objetivo a promoção de diálogos acadêmicos e científicos, trocas de experiências e construção de conhecimentos entre estudantes deste programa de pós-graduação com profissionais da antropologia das mais diversas universidades do país e de outros países, bem como, entre corpo discente e docente do PPGAS, incluindo ainda estudantes de graduação dos cursos de antropologia e ciências sociais desta mesma universidade.

As Jornadas Antropológicas 2021 apresentam como temática principal o incentivo a imaginar novos modos de existir, conforme apontado no título: “Jornadas Antropológicas: entre precariedades e estratégias de r(e)existências: imaginar é preciso”.

Considerando a crise humanitária global em que vivemos, relacionada à pandemia de Covid-19, potencializada pela crise social e pela destruição ambiental, pensar em novos mundos que questionem o colonialismo e a exploração capitalista neoliberal é crucial para a busca de outros modos de vida possíveis.

Tendo por inspiração as obras de Ailton Krenak (2019 e 2020) e, principalmente do livro “Ideias para adiar o fim do mundo”, a temática deste ano propõe a importância de transformação social através dos exercícios de imaginação e criação de novas formas de relações sociais calcadas em cosmopercepções que valorizem as ações coletivas como forma de superação das crises atuais.

PROCESSO SELETIVO MESTRADO E DOUTORADO / INGRESSO 2022

08/11/2021 09:06

Apoie as famílias desabrigadas da Terra Indígena Serrinha (RS)

20/10/2021 15:31

A Organização Indígena Instituto Kaingáng – INKA, em caráter de emergência, disponibiliza seus canais e meios de apoio para auxiliar as famílias desabrigadas na adeia Serrinha, no Rio Grande do Sul. Ajude com doações.

Em virtude da divulgação dos episódios de violência, morte e expulsão de famílias indigenas Kaingáng da Terra Indígena Serrinha (RS), o Instituto Kaingáng – INKA se mobiliza, nesse momento, para auxiliar as famílias perseguidas.

Um levantamento está sendo realizado para checagem do número de famílias e a situação em que se encontram. Doações de alimentos, roupas, colchões e outros itens podem ser entregues no escritório do Instituto Kaingáng na Avenida Natálio Vieira, nº 870, centro, CEP 99145-000, em Coxilha, no Rio Grande do Sul, aos cuidados de Dionata dos Santos, contato (54) 9699-3564.

Mais informações no link:

https://institutokaingang.org.br/2021/10/17/apoie-as-familias-desabrigadas-da-terra-indigena-serrinha-rs/

A ABA solicita ações imediatas dos poderes públicos para conter a grave situação de violência na Terra Indígena Serrinha, RS

18/10/2021 14:11

A Associação Brasileira de Antropologia (ABA), com sua Comissão de Assuntos Indígenas (CAI),
vem a público manifestar a sua grande preocupação com a situação de extrema violência na Terra
Indígena Serrinha, no Rio Grande do Sul. Esta semana nos chegou pelas mídias e por testemunhos de
indígenas da região, notícias sobre uma escalada de ameaças de morte, que ao que consta culminou
com os assassinatos de pelo menos três indígenas até este domingo, dia 17 de outubro.

Divulgouse amplamente nas mídias sociais desesperados pedidos de socorro dos indígenas, muitos
deles acompanhados de relatos sobre ameaças de morte, sem que nenhuma ação oficial tenha sido
encaminhada para lhes assegurar a proteção necessária pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI),
Ministério Público Federal (MPF) e/ou Polícia Federal (PF), apesar da situação de conflito já ser de
amplo conhecimento de todas as instituições. E o que inicialmente eram ameaças materializouse em
mortes e um contexto de violências que dificilmente se estancará se não houver ações imediatas dos
poderes públicos.

O pano de fundo destes conflitos se assenta em uma realidade permeada por ilegalidades em relação
aos arrendamentos de terras indígenas para a produção extensiva de grãos, que se iniciou como Serviço
de Proteção aos Índios (SPI), foi referendada pela FUNAI, e tem se intensificado com as políticas e
ações do atual governo federal, para entregar as terras indígenas ao agronegócio. Esses arrendamentos
realizados ilegalmente com empresários do agronegócio têm causado alta concentração de terra nas
mãos de poucas famílias, alto grau de contaminação pelos insumos agrotóxicos, desmatamentos,
comprometimento da autosustentação alimentar de parcelas da população, além de sucessivos conflitos
entres os núcleos domésticos Kaingang, especialmente com aquelas núcleos que não aceitam e
discordam dos arrendamentos.

A ABA e sua Comissão de Assuntos Indígenas solicitam dos órgãos competentes, Fundação Nacional
do Índio (FUNAI), Ministério Público Federal (MPF) e Política Federal (PF) que: (a) as instituições do
Estado estejam presentes para garantir a segurança física e social dos indígenas na região; e (b) todas as
ações ilegais sejam apuradas e os crimes esclarecidos com urgência. A Comissão Nacional de Direitos
Humanos (CNDH), que visite o local para apurar as responsabilidades dos órgãos do Estado em todo o
processo.

Esperamos que a situação de ilegalidade atual seja estancada, de tal modo que os próprios Kaingang
possam encontrar as suas formas próprias de resolução de conflitos. Solicitamos que o assédio e a
violência constante bem como as pressões externas ameaçadoras e ilegais de particulares interessados
nos arrendamentos não possam mais se manter a partir das garantias a serem oferecidas pelas
instituições do Estado.


Brasília, 18 de outubro de 2021.

Associação Brasileira de Antropologia ABA e sua Comissão de Assuntos Indígenas CAI

Manifesto das primeiras brasileiras, As originárias da terra: a mãe do Brasil é indígena

18/10/2021 10:36

Manifesto

Nós, Mulheres Indígenas, estamos em muitas lutas em âmbito nacional e internacional. Somos sementes plantadas através de nossos cantos por justiça social, por demarcação de território, pela floresta em pé, pela saúde, pela educação, para conter as mudanças climáticas e pela “Cura da Terra”. Nossas vozes já romperam silêncios imputados a nós desde a invasão do nosso território.

A população indígena do Brasil é formada por 305 Povos, falantes de 274 línguas. Somos aproximadamente 900 mil pessoas, sendo 448 mil mulheres. Nós, Mulheres Indígenas, lutamos pela demarcação das terras indígenas, contra a liberação da mineração e do arrendamento dos nossos territórios, contra a tentativa de flexibilizar o licenciamento ambiental, contra o financiamento do armamento no campo. Enfrentamos o desmonte das políticas indigenista e ambiental.

Nossas lideranças estão em permanente processo de luta em defesa de direitos para a garantia da nossa existência, que são nossos corpos, espíritos e territórios.

Reunidas no XV Acampamento Terra Livre, em abril de 2019, construímos um espaço orgânico de atuação. Levamos pautas importantes para o centro do debate da mobilização que resultou na primeira Marcha das Mulheres Indígenas com a união de 2500 mulheres de 130 povos, em Brasília, no dia Internacional dos Povos Indígenas, em 9 de agosto daquele ano.

A Marcha, com o lema “Território: nosso corpo, nosso espírito”, foi pensada desde 2015 como um processo de formação e de fortalecimento com sustentada ação de articulação com diversos movimentos.